quinta-feira, 2 de abril de 2015

Alergia alimentar em bebês


Quando a mulher vai ter o segundo ou terceiro filho é natural que exista um pouco mais de segurança e um pouco mais de confiança, mas como cada criança é única, algumas questões podem colocar em risco estes "pilares".
No meu caso, o que colocou estes sentimentos em cheque (e demonstrou suas fragilidades) foi o problema de ganho de peso do Vinicius.
O meu filhote nasceu grande, com 52cm e 3,800kg. Logo pegou o peito e meu leite não  demorou a descer. No entanto, já na primeira consulta, uma semana após o nascimento, ele tinha perdido quase 10% do peso que nasceu.
"Ok, sem problemas! Nas primeiras semanas isso é natural" me disse o pediatra.
Mas a segunda e a terceira semana passaram e ele só conseguiu recuperar o peso do nascimento na quarta semana.
Como estava amamentando, a primeira suspeita era de que meu leite não estava sendo suficiente. Contratamos uma enfermeira especialista em amamentacao e passei a amamentar mais vezes (algumas vezes com aproximadamente 1:30 de duração) em livre demanda total. Meu leite aumentou bastante e apesar de oferecer um pouco de leite fórmula ele não  mamava. Sinal que estava satisfeito. Ótimo! Mas durou pouco. Nas primeiras semanas ele engordou um pouco, mas logo voltou aos 10 gramas por dia, às vezes nem isso. Em alguns momentos ele até perdeu um pouco de peso.  Sabíamos que alguma coisa estava errada. 
Mamava pouco. Vomitava muito! Mamava reclamando. Na mamada seguinte ainda estava arrotando e se sentindo desconfortável. Ficava bravo e chorava forte. 
Como já tínhamos tido experiência com refluxo com os nossos outros dois filhos achávamos que teríamos que encarar o problema novamente. Entramos com os remédios de refluxo mas não houve melhora. 
O problema digestivo era claro, mas se não era refluxo o que poderia ser? Foi então que comecei a pesquisar de TUDO. Desde blogs de mães até artigos cientificos e manuais de pediatria (por sorte meu sogro é pediatra e apesar de estar aposentado me ajudava muito). E rezava pedindo a Deus que nos iluminasse e tivesse misericóridia do nosso pequeno.
E em um iluminado dia quando tirei a roupinha dele para dar-lhe um banho e vi o corpinho cheio de manchinhas vermelhas (o médico inclusive já tinha visto e falado que deveria ser brotoeja) tive um insight (ou uma luz divina?) que me trouxe ao pensamento: alergia alimentar.
Comecei, então, a pesquisar sobre o assunto e tudo que encontrava batia com os sintomas apresentados. Pele ressecada, manchas vermelhas (que iam e voltavam), vômito, fezes com muco e pouco ganho de peso eram os mais evidentes.
Marquei com o pediatra e falei de minhas suspeitas. Ele pediu um teste de sangue oculto nas fezes que deu positivo e me orientou a fazer a dieta de exclusão do leite de vaca.
Comecei a ler rótulos e cortei tudo que poderia ter vestígios da proteína do leite.
Ele teve uma melhora, mas ainda tinha dias ruins. Meu sogro sugeriu que eu fizesse um diário alimentar de tudo que eu comia e anotasse as reações do Vinicius.
Logo percebemos a alergia ao ovo, bastante comum em bebês. 
Cortei da minha dieta também os alimentos que continham a proteína do ovo. Não foi imediato, mas as coisas comecaram a melhorar. Ele passou a se sentir melhor e a vomitar menos, mas o peso continuava estacionado. 
Procuramos um gastropediatra especialista em alergia alimentar que indicou um leite específico com a proteína extensamente hidrolisada, mas ele apresentou alergia a ele também.
Continuei com a dieta, amamentava e começamos a introdução de alimentos sólidos que ele aceitou super bem, mas o gráfico continuava piorando.
Apesar de tudo ele não estava desnutrido e atingia os marcos de desenvolvimento. Isso nos deixava um pouco mais em paz (se é que isso é possível). Além disso, ele se sentia melhor e sua qualidade de vida tinha melhorado muito.
A essa altura eu já estava neurótica. pesava tudo que ele comia e contava as calorias diárias para certificar que ele estava tendo o aporte calórico adequado.
Fomos levando assim até o oitavo mês quando,novamente ele voltou a perder peso. Eu não aguentava mais! A cada pesagem era um balde de água fria e eu saía do pediatra tentando juntar os meus caquinhos. Apesar dele estar bem eu ficava acabada!
Conversei com o meu marido e com o meu sogro e decidimos tentar mais uma vez o leite com proteína extensamente hidrolisada, o Pregomim Pepti. Começamos dando 30ml e à medida que ele foi se acostumando aumentávamos mais um pouquinho. Nas primeiras três semanas não ocorreram grandes novidades (ele vomitou um pouco mais, mas não teve manchas na pele e nem fezes com muco) mas da quarta para a quinta semana após a introdução do leite ele engordou quase 10% do peso que tinha. Imposível descrever a alegria e o alívio que sentimos.
Finalmente as coisas pareciam estar começando a engrenar.
Agora, com nove meses e meio, quase dois meses após o início do Pregomim ele parece estar passando por mais um pico de desenvolvimento e começando a dar os primeiros passinhos. Continua magrelo, o ganho de peso maravilhoso não se sustentou, mas o gráfico apresentou uma tendência de melhora e saiu da linha vermelha.
Agora estou ficando mais tranquila! 
Relato aqui minha experiencia pois foi por meio da leitura do post da Shirley do blog macetes de mãe que despertei para a possibilidade de alergia. Da mesma forma, pode ser uma luz para alguma mamãe.

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